sábado, 5 de julho de 2025

Os que passam

 Assombro ou nada

um pouco mais de cor

era um dedo apontando

era o enorme sonho da dor

ainda não morre nela

creio que não restará uma lenda

Maria poderia ser uma loba

quer mais café com chocolate

mendiga com arrogância

podia engolir outro na faca

como a dor da fome não foge

ela não teve sorte

como a felicidade

que passa como faísca

tal como a dor

os olhos secaram o amor

a esperança é uma sombra

cada calçada um outra dor

o José não dorme

sua fantasia

uma camiseta sem estampa

uma calça rasgada

a mão vazia

os dedos cortando o vento

implorando lucidez

os ciclos das loucuras

estão soltos

sem um murmurar, oro

por meus irmãos.

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