sábado, 22 de junho de 2013

RIS MAS É SÓ

canta a chuva em teus dedos enquanto ouço
o frio do silêncio que roça tua rua e eu
não sei mais ficar sem o solo de tua saliva
sem tua maçã eriçada sem a cantiga de teus
pelos em frente ao azul da espera
tinge o mar de outono e solidão
e só teu porto pode acalmar alma de
vento saciar a sede de horizonte só
teu beijo sem medo de abismo e sem
cor de soluço pode lamber dos olhos
as minúsculas palavras de esquecer e
há em mim um relógio com a gravata
taluda que dança sem asas e nenhum
tango com o estopim desvairado
há minha calma aos berros
um soluço a ferros
há tua queixa de janelas opacas
e tua fome de tempo carícia dentro
e por um momento escuto que ris mas é só
o carteiro bêbado que vomita histórias de
aniversários e outras doses de partir
e então caminho a caminho há carinho
tua sombra parece pétala de fala
fala de perder o que me fazes falta em
meio à chuva sem mais sentido que o
fogo de tua demora mesmo se estás
nua de água em pelo escorre
uma flor de delírio diante de
ti nada em si se traduz ou
tem cheiro de amor vencido
apenas tornar teu sim admissível
e ao chegar por fim tua lua cante para acalmar
o soco da madrugada em sonhos sustenidos
cifras de certas sentinelas açodadas
soldados
sem sentido em celas insignes selam
certas células sibilantes de sol e
alguns signos de malícia

Geraldo Maia
Escritor,poeta de Salvador


Canto a chuva que cai lá fora e ouço
o frio que gela minha alma em silêncio
não sei ficar sem tua saliva e teu cheiro
todo o azul se escureceu com tua ausência
refletido na imensidão do mar em silêncio
o vento levou teus beijos para o horizonte
no incolor do soluço limpo meus olhos  e
as minúsculas palavras gravadas em mim
estão a dançar no descompasso desafinado
do tango alucinado e ouço teu grito feroz
lamento minha fome do tempo de carícias
dentro de mim com riso, mas é só riso
o teu aniversário, caminhos  e caminhos
a minha sombra parece uma imagem que fala
fala que faz falta e que não perderás
ao sair na chuva nada  e nada importa
o fogo que me devora e fico despida
escorre uma flor que diante de mim tem
o arroma que enfeitica o amor eterno
e ao chegar a lua canto para acalentar
o meu desejo que arde de tanto amor
vem a madrugada em sonhos que cela
um amor não vencido e fico
na certeza que um dia voltarás para
declamar o amor por todos,nosso amor
por todos cantos da cidade

Varenka de Fátima

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