sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A poesia de Varenka

não me recordo
quando aconteceu
cansado adormeci por ai
na busca incansável de palavras
fui longe muito longe
tentar encontrar as melhores
e desiludido fiquei
quando não as encontrei

fui a janela de meu pc
e todas elas estavam ali
como pude ser assim
tão descuidado de ti
aquela janela tão perto de mim
continha tudo o queria
o saber do amor de uma vizinha
que há muito me espreitava
pela janela de sua cozinha
onde cozinhava sua poesia
enquanto olhava para onde vivia

um dia deu-me a provar
um dos seus pratos de poesia
de todo o tanto que pode conter
que tão bom sabor que tinha
saboreei toda aquela magia
raspei e lambi aquela iguaria
tornou-se a minha preferida
quando acabei por fim
espetei os dentes
contra os meus lábios
sangrei e chorei

como era macia e atrevida
tão tenra e deliciosa
simples e por vezes exótica
a poesia de varenka

Por Quidam

Jorge Oliveira

Um comentário:

  1. um dia destes dar-te-ei a provar
    aquela receita escondida no armário do bolor
    uma poesia pimenta açafrão mas da cor do ar
    Roquefort e pimentão ..dá-se calor...
    ponho na mesa e vou-te aí chamar
    ao andar de cima (é aí que vives faz tempo)
    um dia destes dar-te-ei a provar os poemas
    que não vêm aqui porque são da mais extrema dor
    são da cor da minha alma açafrão e pimenta
    com uma pitada de Roquefort e pimentão..
    a sobremesa tem o sabor de veludo e noz
    sorveremos o ar por um balão de champanhe
    "prosit"
    (obrigado pelas criticas...boas)

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