Primeiro que tudo quero enfatizar que o ano de 1972 foi de júbilo para nossa família. Meus pais compraram uma casinha branca
no alto do Bonfim, uma casa com jardim e um pomar, era o sonho concretizado. Como
vizinhos tinha um comerciante rico e duas casas mais na frente uma mansão, com
piscina,moveis luxuosos, as pessoas alegres e muito som vinha ao nosso favor. Minha
mãe se apresentou, fez amizade com a dona da casa e conheceu o seu esposo um
senhor de imediata cordialidade, compreensivo, inteligente! Dono de
uma metalúrgica e tocava divinamente.
Que alegria! Foi uma enorme surpresa, nem imaginávamos que o
nosso vizinho se chamava Osmar Macedo era
fundador do trio e pau elétrico,
em serestas ou em cima do trio tocava com seu amigo inseparável Dodô,
que também foi nosso vizinho.
No aniversário de minha mãe Maria Albanisa, fizeram uma seresta animadíssima, minha
mãe entusiasmada dizia: “Meu vizinho Osmar é um gênio!”
Hoje minha mãe com 76 anos, comenta com respeito: “Que tempo
bom que não volta mais."
Osmar tinha sete filhos, Aberto, Armandinho, Aroldo
e André, lindos e talentosos! E mais a Ritinha, Jarbas e Taiane, belos e
maravilhosos!
Cresci ouvindo música de primeira qualidade e uma amizade de
carinho e deslumbramento por Osmar, fiquei conhecendo como surgiu o pau elétrico.
Comprovado com o
depoimento de seu filho Betinho: " No ano de 1942, Osmar entra numa loja que
vendia instrumentos musicais e pega um violão e pergunta: “Este é um violão
de boa qualidade e forte?”
O vendedor: respondeu: “É sim, senhor, muito forte.”
Osmar com o violão bate
na quina da mesa e quebra.
O vendedor. “ O senhor
quebrou o violão.”
Osmar, retira o pau
com as cordas, paga, sai apenas com o pau.Com um adaptador,o instrumento tocava
com um som vibrante, apelidaram de Pau
Elétrico.
Depois de varias sessões de ensaios incontáveis, Osmar e Dodô
e mais um amigo saíram num carro tocando, o povo atrás dançando.
Em 1950 em cima de um carro que chamavam de fubica tocavam três músicos, de partida da Rua Chile, desceram a Avenida Sete e o trio com o som mais baixo
do que hoje era uma sensação por onde passava.
Os filhos cresceram, ouvindo e tocando.
O Armandinho, um talento nato, ganha prêmio, em destaque,
faz sucesso!
Os irmãos: Alberto, Armandinho, Aroldo e André no vocal, começam
a tocar em cima do trio, já com transformações na acústica.
Na década de 1980, Osmar apenas acompanhava o trio, não
tocava mais e Dodô já tinha falecido. Mas, que eles ficaram imortais, disto
Osmar e Dodô se foram sabendo.
Aqui fica o registro de uma fã, inconfundível da família
Macedo.
Varenka de Fátima Araújo
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