domingo, 22 de dezembro de 2024

Transbordando de dor

 Talvez aquele rapaz


Um jovem que caminhava


Tentando um caminho na vida


Carregava pesos na cabeça


Subia, descia sisudo


Era uma martírio aquele viver


E, o mundo lhe deve


Não sabe o rapaz pobre


O rapaz sabe que tudo foi vendido


O seu rancho, seus pertences


A rua que não era de ladrilho


A terra com tanta belezas


A sua voz ficou embargada


Seus irmãos não entoavam uma canção


Como é triste seu semblante


Hoje, desce a profundeza do nada


Cambaleando tenta atravessar a rua


Embriagado não consegue enxergar


A sua lucidez esta apagada


E, os rostos nos carros sem expressões, param


O rapaz segue seu caminho tenebroso


Turbilhões de trevas em sua mente


E, todos seguem normalmente.


Varenka de Fátima Araújo




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