sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Dueto-Desespero - Francisco Chagas e Varenka de Fátima Araújo

 Desespero!

É uma insônia...o que sinto


É o desespero mudo que o peito despedaça,


E oblitera a razão!


Desamparou-me a crença...


O mais precioso escudo!


Abandonou-me a fé...


Meu único bordão!


Pegaram-me no encalço,


Os tormentos de Orestes


Como que em redor de mim.


Tudo se descombra!


Sorrio como Lear,


Louco despedaçando as vestes


Ouvindo como Hamlet,


Interrogando as sombras...


Eu, em que tempo esquecerei minhas mágoas?


Que inferno...é tragédia a minha dor?


E assim, obedecendo ao faldário


Hei de entre os homens errar...Triste e esbugalhado Jó


Sem pão e sem carinho...


Orfeu dorido e insano


A carpir e a cantar...


 


Francisco Chagas Araújo


 


x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x


 


É uma insônia ...que me invade


É um desespero ensurdecedor, que estraçalha o coração


Afeta a minha razão


Não consigo entender o por quê de estar tão só


O meu precioso escudo ainda tenho


A minha fé e a religião


Não virão ao meu encalço


Os tormentos de Orestes


A loucura de Lear


Ao despedaçar suas vestes


Nem tão pouco um Hamlet


Vivendo as sombras.


Orfeu dorme em sonhos eternos


Sinto apenas a angústia de Antígona


A ira contra os atos de Medéia


O suicídio de Ofélia pela rejeição de Hamlet.


Diante de tantos fatos


Ainda me resta a esperança,


Enquanto viver... mudar o percurso desse estado da mente


 


Varenka de Fátima Araújo

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