domingo, 10 de agosto de 2025

Carta antiga

 Ao meu Pai Chaguinha

Salvador,21 de setembro de 1985


               Querido Papai,


                Primeiramente gostaria de saber como vai meu filho, bem de saúde? Estar correndo no quintal e dando comida na mão ao pintinho predileto, enfim como vai meu filho. Mamãe fez boa viagem? Deve ter chegado exausta, pois a estrada é longa e passar


22:00 horas sentada dentro de um ônibus, é cansativo.


               Procuramos a casa para compra, aqui não é fácil encontrar casa pequena e no centro da cidade, o preço está altíssimo, não desanimo e continuarei procurando  uma casinha branca, igual a musica que cantamos juntos. O trabalho tem ocupado meu tempo e quando chego em casa vou preparar a comida para o outro dia. Sabes que não


fico parada, lembras quando não tinha este emprego, tive que vender chinelo Japonês na


calçada da rua, levando sol e chuva. Agora estou como figurinista da escola de teatro, ganhando e com carteira assinada. Meu papi diga ao me filho que irei passar o feriado de novembro com ele.


                  Abraços para toda a família e mil abraços para o senhor.


                   Varenka de Fátima


Salvador, 30 de setembro de 1985


               Filha,     um  abraço.


               


               Recebi sua cartinha. Meu neto está completamente bom da gripe: melhorou da


garganta; os pontos caíram todos, dorme sozinho durante toda a noite; ao meio dia dorme também; já bebe a água de um coco todo. Está comendo tudo e muito. Vai ficar um


touro dentro de 15 dias. Está tomando vitamina Protovit. Está risonho, muito tranquilo,


uma beleza.  Amanhã é o aniversario de Monime . Olha, Varenka sua mãe chegou e já resolveu voltar no próximo mês . Tenha calma, ela irá ter tempo de procurar sua casinha


ela não gostou da que foi ver é pequena demais e não tem espaço para o nosso Vidinho.


Temos que pensar nele. Também fique procurando. E  mais, meu neto está tomando leite de gado, não precisa do fabricado, continua amigo dos animais.


                    Todos mandam lembrança.    Um beijo.


                    Francisco das Chagas Araújo

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