sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Para a poetisa Varenka

  

não me recordo

quando aconteceu

cansado adormeci por ai

na busca incansável de palavras

fui longe muito longe

tentar encontrar as melhores

e desiludido fiquei

quando não as encontrei


fui a janela de meu pc

e todas elas estavam ali

como pude ser assim

tão descuidado de ti

aquela janela tão perto de mim

continha tudo o queria

o saber do amor de uma vizinha

que há muito me espreitava

pela janela de sua cozinha

onde cozinhava sua poesia

enquanto olhava para onde vivia


um dia deu-me a provar

um dos seus pratos de poesia

de todo o tanto que pode conter

que tão bom sabor que tinha

saboreei toda aquela magia

raspei e lambi aquela iguaria

tornou-se a minha preferida

quando acabei por fim

espetei os dentes

contra os meus lábios

sangrei e chorei


como era macia e atrevida

tão tenra e deliciosa

simples e por vezes exótica

a poesia de varenka


Jorge Oliveira




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